sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Nada é mais importante do que ensinar a compaixão


Foi demonstrado que ensinar felicidade, empatia, altruísmo e compaixão tem resultados benéficos para o aprendizado em sala de aula como um todo, diz Vinciane Rycroft
     Photograph: Gideon Mendel/Corbis
Como educadores, temos um desejo genuíno de contribuir para uma sociedade mais feliz. No entanto, às vezes me pergunto como podemos manter esta intenção viva e torná-la uma realidade.
Você se lembra de uma carta escrita por um sobrevivente do Holocausto? Ele disse: "Meus olhos viram o que nenhuma pessoa deve testemunhar: câmaras de gás construídas por engenheiros formados, crianças envenenadas por médicos instruídos, bebês mortos por enfermeiras treinadas, mulheres e bebês assassinados por graduados. Então, eu sou suspeito com relação à educação. Meu pedido é: ajude seus filhos a se tornarem humanos ".
Alguns de nós nos conhecemos nos finais dos anos 90, durante retiros de atenção plena (mindfulness) dos quais participamos regularmente na França e no Reino Unido. Nós éramos jovens e procurávamos viver de acordo com os valores de paz e compaixão. Quais são as qualidades que compõem os Nelson Mandelas e os Dalai Lamas deste mundo? Poderíamos cultivar essas qualidades em nós mesmos e impactar os jovens com quem convivemos?
Com os altos e baixos das circunstâncias de cada dia, não é fácil nos mantermos inspirados e sermos fiéis à nossa motivação inicial de educadores. É tentador olhar para a satisfação profissional de receber elogios, em vez de acessarmos o bem-estar genuíno que vem de estarmos totalmente presentes para aqueles que nos rodeiam e para nós mesmos.
Apenas por essa razão decidimos criar a rede Mind with Heart (Mente com Coração), dedicado a oferecer a nós mesmos e aos jovens o espaço para investigar o que felicidade, empatia, altruísmo e compaixão realmente são.
A atenção plena é um bom ponto de partida. A atenção plena é estar face-a-face, engajado e presente, sem se perder, flutuar ou se afastar. É uma abordagem específica para prestar atenção, que melhora o foco mental, desempenho acadêmico, equilíbrio emocional e desenvolve qualidades humanas, como a bondade.
Uma pesquisa recente, realizada por Patricia Jennings, PhD e Greenberg Mark PhD, mostra que os programas de atenção plena que sustentam a competência sócio-emocional do professor, melhoram o ambiente de sala de aula, a aprendizagem, bem como o desenvolvimento sócio-emocional do aluno. O artigo também analisa a relação entre a competência social e emocional dos professores e o cansaço.
Como somos professores ocupados, não queremos uma coisa a mais para fazer. Mas a atenção plena alivia muito o estresse. Simplesmente observando estado da mente e cultivando uma sensação de presença física, podemos lidar com o que está acontecendo sem acrescentar camadas de complicações. Podemos enfrentar a nossa frustração com nossas classes com alunos de 13 ou 14 anos e entrarmos nas mesmas classes de novo no dia seguinte.
A atenção plena genuína cultiva uma atitude de não-julgamento, tanto com relação a si mesmo quanto com os outros, o que leva à compaixão. Estranhamente, quanto mais nos importamos com os alunos e colegas, mais energizados e alegres nos sentimos com respeito a nós mesmos.
Outra dimensão que a nossa rede Mind with Heart oferece é a oportunidade de explorar a empatia e compaixão com os alunos. "Matemática é uma habilidade muito útil para os alunos, e você pode ensiná-la de uma maneira que aumente a auto-estima; mas aprender a desenvolver a compaixão por si mesmo e pelos outros é tão vital quanto matemática, se não for mais." , diz Steve Cope, um dos co-fundadores do Mind with Heart.
Muitos professores comentaram que, mesmo com um dos melhores programas vistos até hoje - o Social and Emotional Aspects of Learning (SEAL)  - ensinar empatia ensino na prática era difícil. Os professores acharam que, com a pressão dos exames, não tinham tempo suficiente para aprofundar a sua própria compreensão sobre a empatia. E se compaixão for algo que aprendemos junto com a nossa classe? E se reconhecermos abertamente com nossos alunos os altos e baixos da condição humana, e explorarmos como podemos cultivar atitudes positivas da mente?
Outro educador do Mind with Heart  diz: "Quando você investiga essas habilidades para a vida com adolescentes, você pode se relacionar de uma forma mais humana com a sua classe, sem comprometer a sua experiência e autoridade como professor. Recebemos um feedback imediato da atmosfera da classe; a nossa atitude de abertura e respeito é espelhada de volta para nós por parte dos alunos, criando condições para seu florescimento. "

• Vinciane Rycroft é educadora especializada em desenvolvimento sustentável. É co-fundadora do  Mind with Heart e oferece workshops para adolescentes sobre atenção plena e compaixão.

http://www.guardian.co.uk/teacher-network/teacher-blog/2012/apr/13/teaching-mindfullness-school-children


sábado, 3 de dezembro de 2011

"Atenção Plena" nas Escolas

Eu adoraria ter uma palavra no nosso idioma capaz de traduzir mais corretamente e de forma mais bonita a palavra em inglês "mindfulness". Na falta de forma melhor, acabamos deixando assim: atenção plena.  

Mas podemos descrever melhor o sentido dessa expressão, emprestando a definição de John Kabat-Zinn:

"consciência que emerge por prestar atenção propositalmente, no momento presente, sem julgamentos, aos desdobramentos das experiências momento a momento"

De forma geral, quando falamos em meditação para crianças na verdade estamos falando de "atenção plena".

Estas práticas buscam criar um espaço para que as reações impulsivas se tornem mais conscientes:


As crianças podem se beneficiar de diversas maneiras:
  • melhor foco e concentração
  • maior senso de calma
  • diminuição do estresse e ansiedade
  • mais controle sobre reações impulsivas
  • maior auto-consciência
  • mais habilidade em responder a emoções difíceis
  • maior empatia e compreensão com relação aos outros
  • desenvolvimento natural de habilidades para a resolução de conflitos

Que tal? Parece muito simples e é! As crianças curtem esse espaço de tranquilidade quando ele é oferecido. Mas o ponto é que os professores e os pais também precisariam saber produzir esse espaço para eles próprios: "as crianças aprendem pelas costas".

De qualquer forma, o objetivo deste post é servir de inspiração, reunindo vídeos que mostram a aplicação de técnicas simples em salas de aula.

Neste vídeo do programa "Mindful Schools", por exemplo, logo no início apresenta a técnica do sino .


E em seguida, o professor pergunta como as crianças se sentiram. A garotinha disse ter tido a sensação de "a mãe estar cozinhando" e que se sentiu feliz. Me lembrou de uma vez em que eu estava aplicando uma técnica simples também de atenção à respiração a um grupo de criancas de 8-10 anos, e um garotinho disse: "- ai vontade de comer um pãozinho quente!", como que desejando aconchego. É lindo de ver como a criança facilmente entra em contato com as suas sensações.

Outra técnica apresentada nesse vídeo é de comer uvas passas com atenção plena. E claro que isso pode ser feito com qualquer alimento e as crianças se divertem muito.

Experimente com biscoitos de texturas diferentes, sucos de frutas diferentes e convide as crianças para um lanchinho com atenção plena.

Neste outro vídeo da Fundação Inner Kids, podemos ver outras formas de praticar com as crianças, com foco na respiração.





Poderíamos oferecer essas práticas às nossas crianças, não é mesmo? Poderíamos oferecer esses espaços de tranquilidade a nós mesmos também.

Se você gostou, aqui tem mais:

 http://www.mindfulschools.org/

 http://www.youtube.com/user/mindfulnesstogether



terça-feira, 7 de junho de 2011

O caminho da energia

Existem muitas formas de explicar a meditação, não é mesmo? Vários mestres nos oferecem imagens úteis e lindas. Meu mestre, o Lama Samten, nos diz que a meditação nos permite compreender que todas os pensamentos, emoções, identidades que contruímos... são como ondas mas que nós somos mesmo é o mar! Quando nos damos esse tempo de sentar em silêncio e observar o que se passa na nossa mente, podemos observar essas ondas se formando e estourando na praia. E sem rolar junto com a onda sem querer. Daí, aos poucos levamos essa experiência para qualquer lugar. Podemos começar a perceber que o que realmente nos move não é o pensamento discursivo, o que achamos ou deixamos de achar... o que nos move mesmo é a nossa energia, que às vezes quer ir pra um lado enquanto as nossas idéias perfeitas querem ir pra outro. Quando isso acontece, começamos a nos "entortar", como diz o Lama. A nossa saúde em diversos níveis dependem de um certo alinhamento entre energia, corpo e mente. É muito útil perceber essa coisa toda!

E o quê isso tem a ver com as crianças? Nas crianças a energia corre solta! Observe! A criança inteira acompanha a propria energia se movendo. É lindo de ver! O Lama conta uma história do próprio filhinho - o Henrique - que um dia estava berrando porque não queria tomar banho ou alguma coisa assim. Se alguém começasse a explicar que era preciso tomar banho, que o corpo precisa ser limpo ou alguma outra história qualquer, o berreiro certamente seguiria! A experiência dele ainda seria de ver sua energia forçada a se mover numa direção que ele não queria! A criança abre o berreiro - a gente quase nunca faz isso tão claramente... Daí, o quê o Lama fez? Ele disse: "o passarinho subiu no telhado". Parece sem sentido pra você? Pois pro Henrique não pareceu! A energia dele encontrou um outro caminho pra fluir, sem nenhuma explicação causal! Na sequência o banho foi indolor...
Compreender essa linguagem energética é muito importante porque está na base de qualquer processo cognitivo, quer a gente se dê conta ou não.
Ensinar a criança a direcionar a própria energia sem trancamentos para uma direção positiva é um ato de verdadeira compaixão.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Yoga para Crianças - por Ione

Queridos Amigos e Leitores:

Desta vez, convidei uma Amiga muito querida - a Ione - para escrever sobre seu trabalho de Yoga com crianças, um assunto que muitas pessoas já me perguntaram e pediram referências e aí vai seu depoimento delicioso e seus contatos.
A Ione, como eu, tem a sorte de conhecer e trabalhar com o César, meu amigo de sempre e do coração, o Dr César Deveza, um ser da melhor qualidade.

Beijos a todos.


Caros Amigos,


Sinto-me muito feliz e grata por ter a oportunidade de expor o trabalho que abracei com o Yoga para Crianças , e a aplicação da Yogaterapia na terapia Fonoaudiológica.

O projeto de desenvolver um trabalho de Yoga para Crianças aconteceu ao perceber que poderia lançar mão das posturas de Yoga(Asanas) e Pranayamas, bem como de Bija- Mantras para estimular a percepção e concentração das crianças que faziam terapia fonoaudiológica para distúrbios de aprendizado, distúrbios articulatórios e problemas de voz.
A partir do início da aplicação do Yoga começou-se a perceber que essas crianças mudavam rapidamente seu nível de atenção e concentração, e assimilavam mais prontamente as orientações de terapia. Bem como, elas passavam a desenvolver maior interesse na aprendizagem e apresentavam grandes mudanças de comportamento, e de interação familiar e social. Crianças com dificuldades emocionais em virtude de baixa auto-estima, desenvolvidas em função dos recorrentes insucessos comunicativos e de desempenho escolar passavam ter outra visão e identificação de suas potencialidades, o que significava a abertura e descoberta de novas possibilidades e a perspectivas de um futuro diferente daquele predeterminado, baseado em fracasso dificuldades que muitas vezes rotulam a criança de forma negativa, e muito pouco estimulante. Não raro, os familiares relatavam que percebiam algo diferente nas crianças, elas estavam mais calmas, menos ansiosas e com mais entusiasmo para realizar suas ações . E sempre que possível, queriam mostrar as posturas para os pais e solicitavam que os mesmos as repetissem com eles, o que propiciava para a família, momentos agradáveis onde a dinâmica familiar e a troca afetiva era profundamente trabalhada.

- “Não sei, algo está diferente....” eles traziam como devolutiva.

Então, com base nessas informações iniciou-se o trabalho com o “Yoguinha”, Yoga para Crianças não apenas para aquelas que estavam em terapia. A partir desse projeto, criou-se um espaço determinado dentro do consultório, voltado para as aulas de Yoga para Crianças. Hoje as aulas acontecem em Santo André e na Clínica de Med. Ayurvédica e Yoga Dr. Cesar Deveza, no Butantã. As técnicas utilizadas são apresentadas de forma lúdica e baseiam-se na seleção de alguns asanas, que são realizados com a observação das possibilidades e limitações pertinentes às crianças, pranayamas, alguns bija-mantras e introdução à meditação.



O Yoga para Crianças promove o desenvolvimento de melhores condições de aprendizagem e da escolaridade, uma vez que a criança diminui a tensão física emocional, passando a ter maior atenção e concentração nas informações de aula, melhor prontidão para o raciocínio lógico, ajuda a ampliar a percepção para a abstração da informação (do contexto), amplia noções espaciais , ajuda a promover a organização e disciplina, tão importantes no desenvolvimento do senso comum e de ações responsáveis. A prática do Yoga promove o desenvolvimento da afetividade, ampliando as noções do “Eu”. Assim como, propiciam o desenvolvimento de um olhar focado nas suas reais necessidades, e não naquelas determinadas por padrões sociais e de apelos consumistas. O Yoga propicia o despertar do “Ser, do discernimento e da consciência do todo. E a consciência do significado do “ter”, do usufruir sem apegos e projeções de cunho emocional.
À medida que essa consciência vai sendo trabalhada a criança desenvolve condições para que ela aprenda a administrar o estresse, que os inúmeros compromissos assumidos no dia-a-dia acarretam.
Com a prática do Yoga, a criança se prepara para viver a fase adulta de forma mais equilibrada e portanto, com melhores condições para passar por suas experiências de vida com os menores desgastes possíveis, e de forma pacifica e confiante!
É por essa razão que nos dedicamos a difundir mais e mais o Yoga em nossas vidas!
Como diriam meus alunos: “ TODO MUNDO... DEVERIA FAZER YOGA.........”
Com carinho, e profundo agradecimento a todos que colaboraram nesse caminhar.

Namastê!!!


Ione Louzada Oliveira

www.vozeseyoga.com.br <http://www.vozeseyoga.com.br>

www.projetoyam.com.br <http://www.projetoyam.com.br>


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sobre Tartarugas e Coelhos



A versão japonesa da fábula da tartaruga e do coelho é um tanto diferente daquela da minha infância brasileira.

Conta-se que a tartaruga e o coelho foram apostar uma corrida. O coelho saiu na frente e quando estava no topo de um morro, olhou pra trás e viu a tartaruga lá longe, tão longe que ele resolveu deitar e dormir.
Passo a passo, a tartaruga passou pelo coelho adormecido e chegou em primeiro lugar.
No Japão, essa fábula é ensinada para enfatizar a importância da persistência, paciência, continuidade.
No entanto, quando essa história foi contada na Índia, houve quem dissesse: "A tartaruga foi má. Sabe porquê? Porque ela não acordou o coelho."
São maneiras diferentes de interpretar a mesma história. Talvez a tartaruga devesse ter parado e verificado se o coelho estava bem antes de continuar caminhando lenta e continuamente.
A história do Brasil era diferente. A tartaruga enganava o coelho e chegava primeiro. Não paramos para ajudar como na Índia, país pobre e sofredor. Nem vamos passo a passo até nossos objetivos, como no Japão, país próspero.
E a versão de Buda, como seria?
Saíam juntos, o coelho e a tartaruga. Não se preocupariam em ganhar, mas em criar harmonia com sua passagem. Ofereceriam o prêmio um ao outro, pois não haveria perdedor. Um ganharia pela velocidade, outro pela persistência.
A tartaruga veria o coelho sair rapidamente. Da poeira levantada onde nem suas patinhas poderiam ser encontradas, a tartaruga apreciando cada passo, flor, estrada, se apiedaria do amigo que na grande correria se esquecia de ver cada detalhe sagrado. O coelho, por sua vez, pernas fortes e longas, se preocupava com sua amiga tartaruga, de casco pesado e pernas curtas. Estaria sendo absurda essa competição?
Olhava pra trás e via caminhando, lenta e decididamente. O coelho parava e esperava. Perguntava como estava. Juntos descansavam na sombra das árvores. E o melhor é que não havia vitória a alcançar, não havia corrida a ganhar. Tudo que havia era o prazer de viver. Cada um com seu passo, seu estilo, sem competir, caminhando o Caminho, sendo o Caminh iluminado.
No budismo ambos seriam Bodisatvas, seres iluminados disfarçados a mostrar o Caminho verdadeiro a todos os seres. Essa versão me apetece e se parece sonho, fantasia, ilusão, utopia - é dessa matéria-prima sagrada que a vida é celebrada.
Somos um com o mundo e ele é uno em nós. Quando inspiramos o mundo inspira. Além da dualidade o que resta é a unidade.
A diversidade não é rival da unidade. Pelo contrário: no uno tudo está incluído. Cada parte, como um corpo de coração, pulmões, rins e fígado. Outro monge, o Reverendo Saikawa, bebeu de um copo de água. "Era a água e eu. Agora a água sou eu. Eu sou a água".
Interconectados. Intersendo. Olhar capaz de ver com clareza luminosa como espelho de cristal. Audição de ouvir com clareza sonora como espelho de cristal.
Assim com todos os sentidos. Tudo vendo, tudo ouvindo, todos os odores sentindo, todos os sabores, as texturas.
Tartaruga e coelho não se opõem. São. Intersendo. Cada um é como é. Têm sua função e ação. Se a tartaruga quiser ser coelho terá problemas, dores, sofrimentos. Não aceitará a si mesma. Estará o tempo todo reclamando, julgando, se rebaixando. Triste sina.



Transcrito do livro Sempre Zen - Monja Coen.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Shamash Alidina fala de Meditação para Crianças e Pais

O autor Shamash Alidina publicou este texto em seu blog "Mindfulness for Dummies" e gentil e queridamente autorizou a postagem desta tradução. Nossos amigos agradecem!


A Atenção Plena é qualidade natural, semelhante à infância. Quando você está plenamente atento, você está conectado ao seu senso interno de curiosidade, de “querer saber” e de inocência. Neste sentido, as crianças são naturalmente plenamente atentas.
Infelizmente, graças ao excessivo uso da tecnologia moderna e aos altos níveis de medo e estresse, precisamos ensinar a elas formas diferentes de lidar com as várias pressões a que são submetidos.
Aqui estão alguns pontos para você lembrar quando estiver ensinando a “atenção plena” para as crianças;
- Seja leve ao invés de sério. Se você puder transformar as práticas de “atenção plena”em um jogo, você tem mais chance de sucesso ao encorajar seus filhos a tentarem a prática
- Faça práticas curtas – crianças não conseguem manter o foco por tempos longos como os adultos; portanto, alguns minutos são suficientes
- Evite pressioná-los – se você forçar seus filhos a serem atentos, a liberdade e alegria da prática se perderão e o exercício deixará de ser de “atenção plena”
- Seja paciente – provavelmente você não terá êxito todas as vezes que tentar ensinar estas práticas aos seus filhos. Experimente técnicas diferentes e veja quais funcionam.
Existem vários pequenos exercícios de “atenção plena”que você pode fazer com seus filhos. Por exemplo, se a criança é bem pequena, você pode pedir que ela se deite e coloque um ursinho de pelúcia na sua barriga. Então peça a ela que preste atenção em como o ursinho sobe e desce conforme ela inspira e expira. Pergunte a ela se pode fazer com que o ursinho se mova mais devagar. Ao final, pergunte como ela se sente depois de “meditar com o ursinho” comparando com como se sentia antes da meditação.
Pais Plenamente Atentos
Ser pai ou mãe é a tarefa mais difícil, importante e recompensadora do mundo. A “atenção plena” pode realmente dar uma mãozinha para você controlar o estresse e para estar mais presente com seu filho. Todo mundo sabe que criança precisa de amor, mas amor deriva de dar atenção. Por isso que crianças que não recebem amor suficiente tentam “chamar a atenção”. A prática de “atenção plena” nos treina a dar mais atenção, ideal para os pais. Pais e mães atentos que praticam meditação regularmente, encontram tempo para seus filhos e lhes dão atenção total e calorosa, também cuidam melhor de si próprios. Ã medida que você se torna mais “plenamente atento”, você se torna mais consciente de suas próprias necessidades e aprende a atendê-las de forma criativa.
Aqui vão algumas dicas:
- O coração da prática de “atenção plena” está em se dedicar a alguma prática diariamente; quer você escolha praticar por 5 minutos ou por 45 minutos, uma rotina diária ajuda muito;
- Aproveite as oportunidades que você tem de estar com seus filhos para dar-lhes total atenção ao invés de trabalhar no “modo multi-tarefas”. Assim como ficamos entediados quando alguém não presta atenção em nós, as crianças se sentem frustradas quando são constantemente ignoradas;
- Experimente e veja as coisas do ponto de vista dos seus filhos. Isto pode ajudá-lo a ser mais paciente;
- Tome um tempo para cuidar de si mesmo. Você pode levar-se para sair à noite, fazer uma caminhada “plenamente atenta” ou encontrar algum hobby para desligar sua mente por uns instantes. Embora pareça muito difícil achar tempo para isso, se você fizer um esforço, você se sentirá melhor no longo prazo e ganhará energia. “Atenção Plena” tem a ver com ser gentil e compreensivo consigo mesmo tanto quanto com os outros;
- Veja o lado engraçado das coisas quando você puder. “Atenção Plena” não é estar hiper-plugado e sério o tempo todo. Veja se pode sorrir das suas próprias imperfeições bem como das dos seus filhos.
Estes são livros que eu recomendo:

“Mindfulness for Dummies” tem um capítulo sobre “Atenção Plena para Crianças e Pais”



“Mindful Child” é todo sobre isso.



Confiram!
www.mindfulnessfordummies.blogspot.com


sexta-feira, 25 de junho de 2010

All we need is love...


O Instituto Palas Athena trouxe o Dr Georg Tuppy a São Paulo no dia 8/junho para falar sobre "Consequências Neurobiológicas do Abuso Infanto-Juvenil". Está mais do que demonstrado que os efeitos do estresse crônico podem ter efeitos devastadores sobre a saúde mental e física das crianças, desde a fase pré-natal.

A boa notícia é que a "maternagem" pode reverter algumas importantes alterações em 10 dias. Ele cita um livro bárbaro da jornalista Sharon Begley, que descreve as discussões que aconteceram no "Mind and Life Institute", Treine a Mente Mude o Cérebro:

"O papel da neuroplasticidade de transformar o cérebro emocional abre novos mundos de possibilidades. Não estamos presos ao cérebro com o qual nascemos e sim temos a capacidade de direcionar deliberadamente as funções que vão florir e as que vão fenecer, as capacidades morais que vão surgir e as que não vão surgir, as emoções que vão florescer e as que vão ser silenciadas."

Por fim, o Dr Georg afirma que práticas meditativas se opõem frontalmente ao estresse crônico nos efeitos neurobiológicos integrais. Ele também cita que sua comapnheira tem experiência em escolas com uma atividade chamada "centramento" que muda a forma como as crianças interagem com os colegas e com o ambiente familiar.

O aúdio e os slides desta palestra estão na íntegra neste digite:

www.comitepaz.org.br/81_fórum.htm



Vale a pena!