terça-feira, 26 de outubro de 2010

Yoga para Crianças - por Ione

Queridos Amigos e Leitores:

Desta vez, convidei uma Amiga muito querida - a Ione - para escrever sobre seu trabalho de Yoga com crianças, um assunto que muitas pessoas já me perguntaram e pediram referências e aí vai seu depoimento delicioso e seus contatos.
A Ione, como eu, tem a sorte de conhecer e trabalhar com o César, meu amigo de sempre e do coração, o Dr César Deveza, um ser da melhor qualidade.

Beijos a todos.


Caros Amigos,


Sinto-me muito feliz e grata por ter a oportunidade de expor o trabalho que abracei com o Yoga para Crianças , e a aplicação da Yogaterapia na terapia Fonoaudiológica.

O projeto de desenvolver um trabalho de Yoga para Crianças aconteceu ao perceber que poderia lançar mão das posturas de Yoga(Asanas) e Pranayamas, bem como de Bija- Mantras para estimular a percepção e concentração das crianças que faziam terapia fonoaudiológica para distúrbios de aprendizado, distúrbios articulatórios e problemas de voz.
A partir do início da aplicação do Yoga começou-se a perceber que essas crianças mudavam rapidamente seu nível de atenção e concentração, e assimilavam mais prontamente as orientações de terapia. Bem como, elas passavam a desenvolver maior interesse na aprendizagem e apresentavam grandes mudanças de comportamento, e de interação familiar e social. Crianças com dificuldades emocionais em virtude de baixa auto-estima, desenvolvidas em função dos recorrentes insucessos comunicativos e de desempenho escolar passavam ter outra visão e identificação de suas potencialidades, o que significava a abertura e descoberta de novas possibilidades e a perspectivas de um futuro diferente daquele predeterminado, baseado em fracasso dificuldades que muitas vezes rotulam a criança de forma negativa, e muito pouco estimulante. Não raro, os familiares relatavam que percebiam algo diferente nas crianças, elas estavam mais calmas, menos ansiosas e com mais entusiasmo para realizar suas ações . E sempre que possível, queriam mostrar as posturas para os pais e solicitavam que os mesmos as repetissem com eles, o que propiciava para a família, momentos agradáveis onde a dinâmica familiar e a troca afetiva era profundamente trabalhada.

- “Não sei, algo está diferente....” eles traziam como devolutiva.

Então, com base nessas informações iniciou-se o trabalho com o “Yoguinha”, Yoga para Crianças não apenas para aquelas que estavam em terapia. A partir desse projeto, criou-se um espaço determinado dentro do consultório, voltado para as aulas de Yoga para Crianças. Hoje as aulas acontecem em Santo André e na Clínica de Med. Ayurvédica e Yoga Dr. Cesar Deveza, no Butantã. As técnicas utilizadas são apresentadas de forma lúdica e baseiam-se na seleção de alguns asanas, que são realizados com a observação das possibilidades e limitações pertinentes às crianças, pranayamas, alguns bija-mantras e introdução à meditação.



O Yoga para Crianças promove o desenvolvimento de melhores condições de aprendizagem e da escolaridade, uma vez que a criança diminui a tensão física emocional, passando a ter maior atenção e concentração nas informações de aula, melhor prontidão para o raciocínio lógico, ajuda a ampliar a percepção para a abstração da informação (do contexto), amplia noções espaciais , ajuda a promover a organização e disciplina, tão importantes no desenvolvimento do senso comum e de ações responsáveis. A prática do Yoga promove o desenvolvimento da afetividade, ampliando as noções do “Eu”. Assim como, propiciam o desenvolvimento de um olhar focado nas suas reais necessidades, e não naquelas determinadas por padrões sociais e de apelos consumistas. O Yoga propicia o despertar do “Ser, do discernimento e da consciência do todo. E a consciência do significado do “ter”, do usufruir sem apegos e projeções de cunho emocional.
À medida que essa consciência vai sendo trabalhada a criança desenvolve condições para que ela aprenda a administrar o estresse, que os inúmeros compromissos assumidos no dia-a-dia acarretam.
Com a prática do Yoga, a criança se prepara para viver a fase adulta de forma mais equilibrada e portanto, com melhores condições para passar por suas experiências de vida com os menores desgastes possíveis, e de forma pacifica e confiante!
É por essa razão que nos dedicamos a difundir mais e mais o Yoga em nossas vidas!
Como diriam meus alunos: “ TODO MUNDO... DEVERIA FAZER YOGA.........”
Com carinho, e profundo agradecimento a todos que colaboraram nesse caminhar.

Namastê!!!


Ione Louzada Oliveira

www.vozeseyoga.com.br <http://www.vozeseyoga.com.br>

www.projetoyam.com.br <http://www.projetoyam.com.br>


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sobre Tartarugas e Coelhos



A versão japonesa da fábula da tartaruga e do coelho é um tanto diferente daquela da minha infância brasileira.

Conta-se que a tartaruga e o coelho foram apostar uma corrida. O coelho saiu na frente e quando estava no topo de um morro, olhou pra trás e viu a tartaruga lá longe, tão longe que ele resolveu deitar e dormir.
Passo a passo, a tartaruga passou pelo coelho adormecido e chegou em primeiro lugar.
No Japão, essa fábula é ensinada para enfatizar a importância da persistência, paciência, continuidade.
No entanto, quando essa história foi contada na Índia, houve quem dissesse: "A tartaruga foi má. Sabe porquê? Porque ela não acordou o coelho."
São maneiras diferentes de interpretar a mesma história. Talvez a tartaruga devesse ter parado e verificado se o coelho estava bem antes de continuar caminhando lenta e continuamente.
A história do Brasil era diferente. A tartaruga enganava o coelho e chegava primeiro. Não paramos para ajudar como na Índia, país pobre e sofredor. Nem vamos passo a passo até nossos objetivos, como no Japão, país próspero.
E a versão de Buda, como seria?
Saíam juntos, o coelho e a tartaruga. Não se preocupariam em ganhar, mas em criar harmonia com sua passagem. Ofereceriam o prêmio um ao outro, pois não haveria perdedor. Um ganharia pela velocidade, outro pela persistência.
A tartaruga veria o coelho sair rapidamente. Da poeira levantada onde nem suas patinhas poderiam ser encontradas, a tartaruga apreciando cada passo, flor, estrada, se apiedaria do amigo que na grande correria se esquecia de ver cada detalhe sagrado. O coelho, por sua vez, pernas fortes e longas, se preocupava com sua amiga tartaruga, de casco pesado e pernas curtas. Estaria sendo absurda essa competição?
Olhava pra trás e via caminhando, lenta e decididamente. O coelho parava e esperava. Perguntava como estava. Juntos descansavam na sombra das árvores. E o melhor é que não havia vitória a alcançar, não havia corrida a ganhar. Tudo que havia era o prazer de viver. Cada um com seu passo, seu estilo, sem competir, caminhando o Caminho, sendo o Caminh iluminado.
No budismo ambos seriam Bodisatvas, seres iluminados disfarçados a mostrar o Caminho verdadeiro a todos os seres. Essa versão me apetece e se parece sonho, fantasia, ilusão, utopia - é dessa matéria-prima sagrada que a vida é celebrada.
Somos um com o mundo e ele é uno em nós. Quando inspiramos o mundo inspira. Além da dualidade o que resta é a unidade.
A diversidade não é rival da unidade. Pelo contrário: no uno tudo está incluído. Cada parte, como um corpo de coração, pulmões, rins e fígado. Outro monge, o Reverendo Saikawa, bebeu de um copo de água. "Era a água e eu. Agora a água sou eu. Eu sou a água".
Interconectados. Intersendo. Olhar capaz de ver com clareza luminosa como espelho de cristal. Audição de ouvir com clareza sonora como espelho de cristal.
Assim com todos os sentidos. Tudo vendo, tudo ouvindo, todos os odores sentindo, todos os sabores, as texturas.
Tartaruga e coelho não se opõem. São. Intersendo. Cada um é como é. Têm sua função e ação. Se a tartaruga quiser ser coelho terá problemas, dores, sofrimentos. Não aceitará a si mesma. Estará o tempo todo reclamando, julgando, se rebaixando. Triste sina.



Transcrito do livro Sempre Zen - Monja Coen.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Shamash Alidina fala de Meditação para Crianças e Pais

O autor Shamash Alidina publicou este texto em seu blog "Mindfulness for Dummies" e gentil e queridamente autorizou a postagem desta tradução. Nossos amigos agradecem!


A Atenção Plena é qualidade natural, semelhante à infância. Quando você está plenamente atento, você está conectado ao seu senso interno de curiosidade, de “querer saber” e de inocência. Neste sentido, as crianças são naturalmente plenamente atentas.
Infelizmente, graças ao excessivo uso da tecnologia moderna e aos altos níveis de medo e estresse, precisamos ensinar a elas formas diferentes de lidar com as várias pressões a que são submetidos.
Aqui estão alguns pontos para você lembrar quando estiver ensinando a “atenção plena” para as crianças;
- Seja leve ao invés de sério. Se você puder transformar as práticas de “atenção plena”em um jogo, você tem mais chance de sucesso ao encorajar seus filhos a tentarem a prática
- Faça práticas curtas – crianças não conseguem manter o foco por tempos longos como os adultos; portanto, alguns minutos são suficientes
- Evite pressioná-los – se você forçar seus filhos a serem atentos, a liberdade e alegria da prática se perderão e o exercício deixará de ser de “atenção plena”
- Seja paciente – provavelmente você não terá êxito todas as vezes que tentar ensinar estas práticas aos seus filhos. Experimente técnicas diferentes e veja quais funcionam.
Existem vários pequenos exercícios de “atenção plena”que você pode fazer com seus filhos. Por exemplo, se a criança é bem pequena, você pode pedir que ela se deite e coloque um ursinho de pelúcia na sua barriga. Então peça a ela que preste atenção em como o ursinho sobe e desce conforme ela inspira e expira. Pergunte a ela se pode fazer com que o ursinho se mova mais devagar. Ao final, pergunte como ela se sente depois de “meditar com o ursinho” comparando com como se sentia antes da meditação.
Pais Plenamente Atentos
Ser pai ou mãe é a tarefa mais difícil, importante e recompensadora do mundo. A “atenção plena” pode realmente dar uma mãozinha para você controlar o estresse e para estar mais presente com seu filho. Todo mundo sabe que criança precisa de amor, mas amor deriva de dar atenção. Por isso que crianças que não recebem amor suficiente tentam “chamar a atenção”. A prática de “atenção plena” nos treina a dar mais atenção, ideal para os pais. Pais e mães atentos que praticam meditação regularmente, encontram tempo para seus filhos e lhes dão atenção total e calorosa, também cuidam melhor de si próprios. Ã medida que você se torna mais “plenamente atento”, você se torna mais consciente de suas próprias necessidades e aprende a atendê-las de forma criativa.
Aqui vão algumas dicas:
- O coração da prática de “atenção plena” está em se dedicar a alguma prática diariamente; quer você escolha praticar por 5 minutos ou por 45 minutos, uma rotina diária ajuda muito;
- Aproveite as oportunidades que você tem de estar com seus filhos para dar-lhes total atenção ao invés de trabalhar no “modo multi-tarefas”. Assim como ficamos entediados quando alguém não presta atenção em nós, as crianças se sentem frustradas quando são constantemente ignoradas;
- Experimente e veja as coisas do ponto de vista dos seus filhos. Isto pode ajudá-lo a ser mais paciente;
- Tome um tempo para cuidar de si mesmo. Você pode levar-se para sair à noite, fazer uma caminhada “plenamente atenta” ou encontrar algum hobby para desligar sua mente por uns instantes. Embora pareça muito difícil achar tempo para isso, se você fizer um esforço, você se sentirá melhor no longo prazo e ganhará energia. “Atenção Plena” tem a ver com ser gentil e compreensivo consigo mesmo tanto quanto com os outros;
- Veja o lado engraçado das coisas quando você puder. “Atenção Plena” não é estar hiper-plugado e sério o tempo todo. Veja se pode sorrir das suas próprias imperfeições bem como das dos seus filhos.
Estes são livros que eu recomendo:

“Mindfulness for Dummies” tem um capítulo sobre “Atenção Plena para Crianças e Pais”



“Mindful Child” é todo sobre isso.



Confiram!
www.mindfulnessfordummies.blogspot.com


sexta-feira, 25 de junho de 2010

All we need is love...


O Instituto Palas Athena trouxe o Dr Georg Tuppy a São Paulo no dia 8/junho para falar sobre "Consequências Neurobiológicas do Abuso Infanto-Juvenil". Está mais do que demonstrado que os efeitos do estresse crônico podem ter efeitos devastadores sobre a saúde mental e física das crianças, desde a fase pré-natal.

A boa notícia é que a "maternagem" pode reverter algumas importantes alterações em 10 dias. Ele cita um livro bárbaro da jornalista Sharon Begley, que descreve as discussões que aconteceram no "Mind and Life Institute", Treine a Mente Mude o Cérebro:

"O papel da neuroplasticidade de transformar o cérebro emocional abre novos mundos de possibilidades. Não estamos presos ao cérebro com o qual nascemos e sim temos a capacidade de direcionar deliberadamente as funções que vão florir e as que vão fenecer, as capacidades morais que vão surgir e as que não vão surgir, as emoções que vão florescer e as que vão ser silenciadas."

Por fim, o Dr Georg afirma que práticas meditativas se opõem frontalmente ao estresse crônico nos efeitos neurobiológicos integrais. Ele também cita que sua comapnheira tem experiência em escolas com uma atividade chamada "centramento" que muda a forma como as crianças interagem com os colegas e com o ambiente familiar.

O aúdio e os slides desta palestra estão na íntegra neste digite:

www.comitepaz.org.br/81_fórum.htm



Vale a pena!

sábado, 12 de junho de 2010

Dia Mundial contra o Trabalho Infantil

Aspirando que as crianças nunca mais trabalhem e dêem muito trabalho, daqueles que a gente curte...

http://www.youtube.com/watch?v=u9aa7FqMcRU

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nossa mente é como um globo de neve

Susan Kaiser, fundadora do programa Inner Kids e autora do livro "The Mindful Child" (A Criança Atenta), compara a nossa mente com um globo de neve. Em situação de serenidade e tranquilidade, o globo é perfeitamente translúcido e é possível enxergar com clareza através dele. Mas com a agitação, demandas externas e estresse, perdemos completamente a perspectiva. Então, o papel da meditação não é fazer com que as partículas do globo desapareçam; as emoções negativas e perturbações de fato não desaparecem. Mas ao respirarmos calmamente, descansarmos por uns instantes, a mente pode se tornar límpida novamente, nos permitindo maiores espaços de manobra, maior liberdade para agirmos a partir deste centro de tranquilidade.
Simples e tão necessário!
Veja este vídeo, compartilhe com suas crianças, experimente você mesmo...

http://www.youtube.com/watch?v=8dMiv5B7I0Y



Veja outros filmes da Fundação Inner Kids na seção Vídeos à direita no blog.

sábado, 22 de maio de 2010

Meu Planetinha

Aí vai uma uma dica de coisas legais na internet para as crianças.

Divirtam-se!

http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quem já não se encantou com as nuvens...

Este filminho é fantasia pura... Quem sabe a gente consegue resgatar um pouco a magia que é ficar observando as nuvens!

http://www.youtube.com/watch?v=KJQyrTHfrfA

Contribuição da minha irmã querida, a Audrey!

Prática recomendada por uma praticante Zen

Esta descrição de prática foi descrita por Sumi Loundon, criada numa comunidade Zen nos Estados Unidos, e foi publicada na Insight Journal (Spring 2004).
Ela explica:
"Os adultos da comunidade Zen onde eu cresci foram brilhantes em suas abordagens para ensinar as crianças a meditar. Não havia nada sistemático ou planejado para que as crianças tivessem aulas sobre atenção plena. No entanto, todos nós, filhos da comunidade, aos sete anos de idade podíamos meditar por meia hora, sabíamos cantos japoneses e podíamos fazer uma série integral de tai chi chuan – e víamos tudo isso como diversão, como um jogo.
Eu organizei estas lições informais em uma sequência, com base no que funcionou pra mim quando criança e no que vi funcionando para outros. Os exercícios e jogos que se seguem se baseiam nessas lições que eu recebi. Mas é ainda um trabalho contínuo e todas as reflexões dos leitores são bem-vindas, especialmente dos que trabalham com grupos com diferentes idades.
Na minha experiência, dizer a um iniciante “observe a respiração” é muito abstrato. Por isso, este programa parte de coisas que são imediatamente percebidas por sentidos mais grosseiros, como audição, toque e paladar em direção a coisas mais sutis como respiração. Assim, estabelecemos uma base para a consciência da respiração para a consciência de processos mais efêmeros como emocionais e do pensamento. As atividades descritas a seguir são feitas em grupo ( o tamanho não importa). Esta versão foi escrita para uma audiência de crianças de 11-13 anos de escolas públicas; portanto, mantive uma linguagem simples e sem referências budistas de onde os exercícios foram extraídos."

Vamos começar pela prática de Atenção Plena na Respiração:

"Sinta o seu corpo tocando o chão (cadeira), seus pés tocando o chão. Sinta as suas mãos, seus joelhos.
Perceba todo o seu corpo, parte a parte. Agora traga a sua atenção para a barriga. Perceba como ela se movimenta conforme você respira...
Agora preste atenção no seu peito, veja como ele sobe e desce conforme você respira. Não precisa controlar a respiração. Respire livremente; deixe que ela aconteça. Às vezes ela será longa, às vezes será curta, às vezes será profunda, às vezes rasa. Deixe ela ser do jeito que for e observe.
Preste atenção agora na garganta, sinta o ar passando por dentro da garganta, suave..
Agora sinta o seu nariz, sinta o ar entrando e saindo, quente e frio, para dentro e para fora...
Agora perceba a respiração todinha, deixe a sua atenção ir onde a sua respiração quiser, no nariz, na garganta, no peito, na barriga, deixe a sua atenção ficar junto com a sua respiração, bem suave, bem leve, bem quieto...
Mantendo os olhos fechados, traga a atenção para a palma das suas mãos... sinta a palma das suas mãos...
Devagar, levante as mãos, coloque as palmas das mãos juntas na frente do peito, com bastante atenção. Sinta a temperatura da sua mão.
Lentamente abaixe as mãos e coloque as mãos sobre os joelhos.
Abra os olhos lentamente e olhe o que está à sua frente. Respire profundamente."

Experimente conduzir este exercício para você mesmo ou para seus filhotes. Eu mesma e minha amiga Selma temos experiência com crianças de 5 anos a até 12 anos. A criançada relaxa profundamente.

Espero que vocês gostem.


terça-feira, 18 de maio de 2010

'Geração tecnológica' exige cuidado redobrado de pais, pediatras e educadores - VEJA.com

'Geração tecnológica' exige cuidado redobrado de pais, pediatras e educadores - VEJA.com

Queridos:
O objetivo de repostar esta matéria é apresentar um resumão desta questão que absolutamente não é novidade para ninguém. Também nos lembra que realmente precisamos de alternativas mais saudáveis para o dia-a-dia das nossas crianças, não é?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nosso Herói da Meditação para as Crianças

Uma das formas mais simples de explicar "atenção plena" ou meditação para uma criança é mostrar um pequeno clipe do desenho animado Kung Fu Panda.
Não é apresentado o que deve ser feito, não dá nenhuma descrição de livro, nem ao menos usa a palavra meditação, mas capta perfeitamente a essência de uma forma fácil de entender.
Nosso herói confuso, um panda chamado Po, está bem estressado com a sua vida. Ele para à luz do luar embaixo de um pessegueiro em flor; ele se acha um "lixo" em várias coisas, sabe que come demais e se preocupa muito com tudo.
Face a tantos obstáculos horríveis, ele está prestes a desistir de seu destino glorioso no kung-fu e voltar a fazer macarrão. Mas... o velho mestre tartaruga surge e amorosamente dá uma bronca:
"Parar, não parar. Macarrão, não macarrão. Você está sempre preocupado com o que foi e com o que será. Há um ditado que diz: ontem é história, amanhã é mistério, mas hoje é presente. Por isso se chama presente".
A partir daí, nosso herói passa por um intenso treinamento em meditação e tudo o mais e se torna o grande herói da história.
Bem bonitinho e bem útil visto com esse olhar!
(texto baseado na dissertação de Richard Burnnet, do Mindfulness in Schools Project)


Porquê as crianças deveriam meditar?

Encontrei um livro precioso, de doias autores chamados David Fontana & Ingrid Slack. O Capítulo 2 do livro - Teaching Meditation to Children - traz a seguinte discussão:

"A imagem tradicional de que a infância é um tempo de inocência descuidada, com longos períodos de férias e tardes de verão, tendo como pano de fundo um ambiente seguro com a família ou com os amigos, talvez tenha se perdido para sempre. No entanto, a noção de que a infância é um período relativamente livre de estresse quando comparado à vida adulta ainda segue. Poucas noções poderiam estar mais distantes da realidade. Uma forma de nos convencermos deste fato é reconhecermos que as crianças pequenas vivem em mundos similares em muitas maneiras aos que os adultos experimentavam nos tempos medievais. Com exceção de poucos privilegiados, crianças pequenas não têm direitos reais relativos a dinheiro ou propriedades. Estão sujeitos a regras e decisões arbitrárias e muitas vezes inconsistentes tomadas pelos mais velhos, e punições sumárias por ofensas que podem nem mesmo ter ciência de terem cometido. Elas não votam, não têm controle sobre processos políticos ou judiciais, e pouca escolha sobre como gastar suas horas das nove às quatro. Também habitam um mundo onde a violência sob a forma de ameaças e intimidações podem estar à espreita em cada esquina. Quer elas gostem ou não, elas têm que fazer testes e exames, preparados e aplicados por examinadores que elas não conhecem, de quem seus futuros e auto-imagem dependem crucialmente.
Além de reconhecermos a falta de poder que a sociedade impõe às crianças pequenas, devemos lembrar que crianças experimentam sentimentos como amor, alegria, medo, desapontamento e raiva com uma intensidade incomparável a qualquer outra fase da vida adulta. O sucesso ou o fracasso em estabelecer relações de intimidade pode ser mais crucial para elas e a aceitação pelo grupo de colegas pode contar mais do que em qualquer outra fase da vida. Além disso, os primeiros anos são uma etapa altamente formativa para a história de vida. Durante esses anos a criança não apenas aprende os fatos e símbolos demandados pela educação formal, como também precisa explorar questões psicológicas e sociais relacionadas à autoconsciência, identidade pessoal, comportamento moral e uma grande variedade de questões que irão compor sua vida em comunidade.
Reconhecer a natureza e a força destas pressões nos permite apreciar que o estresse, a neurose, a infelicidade e a depressão não são de forma alguma prerrogativas dos adultos. Como psicólogos e orientadores que trabalham extensivamente com crianças e adultos, temos visto a mesma variedade de sintomas e dificuldades em todas as idades. A única real diferença é que crianças mais novas acham mais difícil articular seus problemas e de serem levadas mais a sério do que os mais velhos. É mais freqüente que crianças sofram em silêncio, incorrendo em feridas psicológicas que as acompanharão por toda a vida....
Mesmo crianças com famílias ideais e experiências escolares invejáveis sofrem tensões físicas e emocionais em um mundo cada vez mais exigente e estressante. Infelizmente, pouco é feito dentro da educação formal para ajudá-las a entender a si mesmas, a controlar suas ansiedades e seus processos de pensamento, a descobrir a tranqüilidade, harmonia e equilíbrio dentro delas mesmas. Pouco é feito para ajudá-las a gerenciar suas vidas interiores, a usar a energia mental de forma produtiva ao invés de dissipá-la em preocupações e pensamentos aleatórios, e acessar os níveis criativos de suas próprias mentes.
A meditação é uma das mais importantes formas pelas quais podemos ajudar as crianças a lidar com suas próprias vidas, tanto no âmbito pessoal quanto no acadêmico. A meditação pode dar poder, mesmo a crianças bem pequenas, sobre seus pensamentos e suas emoções, não por um autocontrole repressivo, mas por um aprimoramento do auto-entendimento e da auto-aceitação. A meditação não pode transformar uma criança infeliz em feliz da noite para o dia, ou maquiar todas as privações que algumas crianças sofrem nas mãos de seus cuidadores, mas pode levá-los a um maior auto-manejo e a mais felicidade."

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Contentamento

O consumo infantil é um tema que me interessa. Há várias iniciativas no sentido de regulamentar a propaganda infantil no Brasil e podemos tratar deste assunto outro dia.
Pensando em "proteger de dentro pra fora", o contentamento é um dos preceitos do Yoga particularmente importantes. Encontrei um texto muito legal de uma educadora chamada Susan Kramer, parte do livro "Yoga for All Kids". Como tudo que é fundamental, parece óbvio. Fiz uma tradução livre deste trecho. Espero que seja útil:
"O contentamento com as suas coisas, com a situação do momento e com as pessoas que são ao longo de suas vidas é uma habilidade social da qual todas as crianças podem se beneficiar aprendendo e praticando na medida que seja possível....
O contentamento não reside em obter um determinado relacionamento ou mais e mais coisas - é uma atitude de apreciação....
As crianças poderiam compreender através do exemplo que é possível estar satisfeito (contente) e feliz ao mesmo tempo. O exemplo pode ser dado pelos adultos e pais agindo com apreciação pelo que passa a fazer parte de suas vidas momento a momento.
Levar as crianças a um passeio pelo campo, praia ou qualquer outro lugar bonito, grátis e natural pode ajudá-las a construir uma experiência de apreciação sem perturbar o senso de contentamento.
Para aliviar o estresse do dia-a-dia privilegiando o contentamento, praticar alguma atividade como caminhar ou andar de bicicleta pode ajudar."

Parece óbvio mas a correria parece nos indicar outras opções mais "práticas", não é mesmo?

Tudo começou...

no dia 22 de janeiro de 2005...acho! Quando uma criança entrou de sola na minha vida. Filho não...sobrinho e afilhado - João Pedro. Ou talvez, bem antes, quando eu era farmacêutica e percebi que criança não é um adulto pequeno mas que os fabricantes de remédios nunca se tocaram disso.
Enfim, o mundo das crianças entrou na minha vida. E junto com ele um encantamento e uma angústia. A fragilidade da criança me comove profundamente e a sua natureza forte, ao mesmo tempo, me inspira. Brotou em mim uma aspiração genuína de entender como nós cuidadores, apaixonados, profissionais ou não, poderíamos proteger as crianças de dentro pra fora, a partir de seu próprio centro, no seu próprio espaço. De fora pra dentro não é suficiente. Podemos fazer muitas coisas para melhorar o mundo mas o isolamento não é uma opção possível, especialmente de em se tratando de uma criança.
Os mestres budistas e os iogues vêm há muitos séculos se dedicando a ensinar as práticas de meditação de tantas formas quantas forem necessárias para que todos se beneficiem delas. É desta fonte que bebo! A meditação pode também ajudar as crianças. Mas como elas não são adultos pequenos, não será da mesma forma.
Fico bem feliz em saber que existe ao menos uma escola, para quem tem a boa sorte de viver perto de Viamão (RS), cujo trabalho se baseia inteiramente em todo o conhecimento budista - a Escola Caminho do Meio. Veja no link Escola Caminho do Meio".
Para quem ainda está distante, busco encontrar as formas, compartilhar o que eu já sei, praticar o que já sei...
Encontrei ao longo deste tempo, muitos textos e livros, quase todos em inglês. Mas a boa notícia é que muita gente deitou as tranças sobre este assunto. Bom!!!!
Quase todos os materiais disponíveis estão sob o tema: "mindfulness", que é melhor traduzido por "atenção plena". E o mais legal é que muitas práticas se referem ao dia-a-dia e não a práticas formais. A tônica é desacelerar a mente, a nossa e a da criança. A nossa prática é certamente muito importante.
Um bom começo é reconhecer a quantos inúmeros estímulos e demandas nossas crianças estão expostas, muitos deles necessários ou inevitáveis. Como poderíamos criar momentos de calma e relaxamento para que elas também se conectem a essa experiência?

Sejam muito benvindos!