quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nossa mente é como um globo de neve

Susan Kaiser, fundadora do programa Inner Kids e autora do livro "The Mindful Child" (A Criança Atenta), compara a nossa mente com um globo de neve. Em situação de serenidade e tranquilidade, o globo é perfeitamente translúcido e é possível enxergar com clareza através dele. Mas com a agitação, demandas externas e estresse, perdemos completamente a perspectiva. Então, o papel da meditação não é fazer com que as partículas do globo desapareçam; as emoções negativas e perturbações de fato não desaparecem. Mas ao respirarmos calmamente, descansarmos por uns instantes, a mente pode se tornar límpida novamente, nos permitindo maiores espaços de manobra, maior liberdade para agirmos a partir deste centro de tranquilidade.
Simples e tão necessário!
Veja este vídeo, compartilhe com suas crianças, experimente você mesmo...

http://www.youtube.com/watch?v=8dMiv5B7I0Y



Veja outros filmes da Fundação Inner Kids na seção Vídeos à direita no blog.

sábado, 22 de maio de 2010

Meu Planetinha

Aí vai uma uma dica de coisas legais na internet para as crianças.

Divirtam-se!

http://planetasustentavel.abril.com.br/planetinha/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quem já não se encantou com as nuvens...

Este filminho é fantasia pura... Quem sabe a gente consegue resgatar um pouco a magia que é ficar observando as nuvens!

http://www.youtube.com/watch?v=KJQyrTHfrfA

Contribuição da minha irmã querida, a Audrey!

Prática recomendada por uma praticante Zen

Esta descrição de prática foi descrita por Sumi Loundon, criada numa comunidade Zen nos Estados Unidos, e foi publicada na Insight Journal (Spring 2004).
Ela explica:
"Os adultos da comunidade Zen onde eu cresci foram brilhantes em suas abordagens para ensinar as crianças a meditar. Não havia nada sistemático ou planejado para que as crianças tivessem aulas sobre atenção plena. No entanto, todos nós, filhos da comunidade, aos sete anos de idade podíamos meditar por meia hora, sabíamos cantos japoneses e podíamos fazer uma série integral de tai chi chuan – e víamos tudo isso como diversão, como um jogo.
Eu organizei estas lições informais em uma sequência, com base no que funcionou pra mim quando criança e no que vi funcionando para outros. Os exercícios e jogos que se seguem se baseiam nessas lições que eu recebi. Mas é ainda um trabalho contínuo e todas as reflexões dos leitores são bem-vindas, especialmente dos que trabalham com grupos com diferentes idades.
Na minha experiência, dizer a um iniciante “observe a respiração” é muito abstrato. Por isso, este programa parte de coisas que são imediatamente percebidas por sentidos mais grosseiros, como audição, toque e paladar em direção a coisas mais sutis como respiração. Assim, estabelecemos uma base para a consciência da respiração para a consciência de processos mais efêmeros como emocionais e do pensamento. As atividades descritas a seguir são feitas em grupo ( o tamanho não importa). Esta versão foi escrita para uma audiência de crianças de 11-13 anos de escolas públicas; portanto, mantive uma linguagem simples e sem referências budistas de onde os exercícios foram extraídos."

Vamos começar pela prática de Atenção Plena na Respiração:

"Sinta o seu corpo tocando o chão (cadeira), seus pés tocando o chão. Sinta as suas mãos, seus joelhos.
Perceba todo o seu corpo, parte a parte. Agora traga a sua atenção para a barriga. Perceba como ela se movimenta conforme você respira...
Agora preste atenção no seu peito, veja como ele sobe e desce conforme você respira. Não precisa controlar a respiração. Respire livremente; deixe que ela aconteça. Às vezes ela será longa, às vezes será curta, às vezes será profunda, às vezes rasa. Deixe ela ser do jeito que for e observe.
Preste atenção agora na garganta, sinta o ar passando por dentro da garganta, suave..
Agora sinta o seu nariz, sinta o ar entrando e saindo, quente e frio, para dentro e para fora...
Agora perceba a respiração todinha, deixe a sua atenção ir onde a sua respiração quiser, no nariz, na garganta, no peito, na barriga, deixe a sua atenção ficar junto com a sua respiração, bem suave, bem leve, bem quieto...
Mantendo os olhos fechados, traga a atenção para a palma das suas mãos... sinta a palma das suas mãos...
Devagar, levante as mãos, coloque as palmas das mãos juntas na frente do peito, com bastante atenção. Sinta a temperatura da sua mão.
Lentamente abaixe as mãos e coloque as mãos sobre os joelhos.
Abra os olhos lentamente e olhe o que está à sua frente. Respire profundamente."

Experimente conduzir este exercício para você mesmo ou para seus filhotes. Eu mesma e minha amiga Selma temos experiência com crianças de 5 anos a até 12 anos. A criançada relaxa profundamente.

Espero que vocês gostem.


terça-feira, 18 de maio de 2010

'Geração tecnológica' exige cuidado redobrado de pais, pediatras e educadores - VEJA.com

'Geração tecnológica' exige cuidado redobrado de pais, pediatras e educadores - VEJA.com

Queridos:
O objetivo de repostar esta matéria é apresentar um resumão desta questão que absolutamente não é novidade para ninguém. Também nos lembra que realmente precisamos de alternativas mais saudáveis para o dia-a-dia das nossas crianças, não é?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nosso Herói da Meditação para as Crianças

Uma das formas mais simples de explicar "atenção plena" ou meditação para uma criança é mostrar um pequeno clipe do desenho animado Kung Fu Panda.
Não é apresentado o que deve ser feito, não dá nenhuma descrição de livro, nem ao menos usa a palavra meditação, mas capta perfeitamente a essência de uma forma fácil de entender.
Nosso herói confuso, um panda chamado Po, está bem estressado com a sua vida. Ele para à luz do luar embaixo de um pessegueiro em flor; ele se acha um "lixo" em várias coisas, sabe que come demais e se preocupa muito com tudo.
Face a tantos obstáculos horríveis, ele está prestes a desistir de seu destino glorioso no kung-fu e voltar a fazer macarrão. Mas... o velho mestre tartaruga surge e amorosamente dá uma bronca:
"Parar, não parar. Macarrão, não macarrão. Você está sempre preocupado com o que foi e com o que será. Há um ditado que diz: ontem é história, amanhã é mistério, mas hoje é presente. Por isso se chama presente".
A partir daí, nosso herói passa por um intenso treinamento em meditação e tudo o mais e se torna o grande herói da história.
Bem bonitinho e bem útil visto com esse olhar!
(texto baseado na dissertação de Richard Burnnet, do Mindfulness in Schools Project)


Porquê as crianças deveriam meditar?

Encontrei um livro precioso, de doias autores chamados David Fontana & Ingrid Slack. O Capítulo 2 do livro - Teaching Meditation to Children - traz a seguinte discussão:

"A imagem tradicional de que a infância é um tempo de inocência descuidada, com longos períodos de férias e tardes de verão, tendo como pano de fundo um ambiente seguro com a família ou com os amigos, talvez tenha se perdido para sempre. No entanto, a noção de que a infância é um período relativamente livre de estresse quando comparado à vida adulta ainda segue. Poucas noções poderiam estar mais distantes da realidade. Uma forma de nos convencermos deste fato é reconhecermos que as crianças pequenas vivem em mundos similares em muitas maneiras aos que os adultos experimentavam nos tempos medievais. Com exceção de poucos privilegiados, crianças pequenas não têm direitos reais relativos a dinheiro ou propriedades. Estão sujeitos a regras e decisões arbitrárias e muitas vezes inconsistentes tomadas pelos mais velhos, e punições sumárias por ofensas que podem nem mesmo ter ciência de terem cometido. Elas não votam, não têm controle sobre processos políticos ou judiciais, e pouca escolha sobre como gastar suas horas das nove às quatro. Também habitam um mundo onde a violência sob a forma de ameaças e intimidações podem estar à espreita em cada esquina. Quer elas gostem ou não, elas têm que fazer testes e exames, preparados e aplicados por examinadores que elas não conhecem, de quem seus futuros e auto-imagem dependem crucialmente.
Além de reconhecermos a falta de poder que a sociedade impõe às crianças pequenas, devemos lembrar que crianças experimentam sentimentos como amor, alegria, medo, desapontamento e raiva com uma intensidade incomparável a qualquer outra fase da vida adulta. O sucesso ou o fracasso em estabelecer relações de intimidade pode ser mais crucial para elas e a aceitação pelo grupo de colegas pode contar mais do que em qualquer outra fase da vida. Além disso, os primeiros anos são uma etapa altamente formativa para a história de vida. Durante esses anos a criança não apenas aprende os fatos e símbolos demandados pela educação formal, como também precisa explorar questões psicológicas e sociais relacionadas à autoconsciência, identidade pessoal, comportamento moral e uma grande variedade de questões que irão compor sua vida em comunidade.
Reconhecer a natureza e a força destas pressões nos permite apreciar que o estresse, a neurose, a infelicidade e a depressão não são de forma alguma prerrogativas dos adultos. Como psicólogos e orientadores que trabalham extensivamente com crianças e adultos, temos visto a mesma variedade de sintomas e dificuldades em todas as idades. A única real diferença é que crianças mais novas acham mais difícil articular seus problemas e de serem levadas mais a sério do que os mais velhos. É mais freqüente que crianças sofram em silêncio, incorrendo em feridas psicológicas que as acompanharão por toda a vida....
Mesmo crianças com famílias ideais e experiências escolares invejáveis sofrem tensões físicas e emocionais em um mundo cada vez mais exigente e estressante. Infelizmente, pouco é feito dentro da educação formal para ajudá-las a entender a si mesmas, a controlar suas ansiedades e seus processos de pensamento, a descobrir a tranqüilidade, harmonia e equilíbrio dentro delas mesmas. Pouco é feito para ajudá-las a gerenciar suas vidas interiores, a usar a energia mental de forma produtiva ao invés de dissipá-la em preocupações e pensamentos aleatórios, e acessar os níveis criativos de suas próprias mentes.
A meditação é uma das mais importantes formas pelas quais podemos ajudar as crianças a lidar com suas próprias vidas, tanto no âmbito pessoal quanto no acadêmico. A meditação pode dar poder, mesmo a crianças bem pequenas, sobre seus pensamentos e suas emoções, não por um autocontrole repressivo, mas por um aprimoramento do auto-entendimento e da auto-aceitação. A meditação não pode transformar uma criança infeliz em feliz da noite para o dia, ou maquiar todas as privações que algumas crianças sofrem nas mãos de seus cuidadores, mas pode levá-los a um maior auto-manejo e a mais felicidade."

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Contentamento

O consumo infantil é um tema que me interessa. Há várias iniciativas no sentido de regulamentar a propaganda infantil no Brasil e podemos tratar deste assunto outro dia.
Pensando em "proteger de dentro pra fora", o contentamento é um dos preceitos do Yoga particularmente importantes. Encontrei um texto muito legal de uma educadora chamada Susan Kramer, parte do livro "Yoga for All Kids". Como tudo que é fundamental, parece óbvio. Fiz uma tradução livre deste trecho. Espero que seja útil:
"O contentamento com as suas coisas, com a situação do momento e com as pessoas que são ao longo de suas vidas é uma habilidade social da qual todas as crianças podem se beneficiar aprendendo e praticando na medida que seja possível....
O contentamento não reside em obter um determinado relacionamento ou mais e mais coisas - é uma atitude de apreciação....
As crianças poderiam compreender através do exemplo que é possível estar satisfeito (contente) e feliz ao mesmo tempo. O exemplo pode ser dado pelos adultos e pais agindo com apreciação pelo que passa a fazer parte de suas vidas momento a momento.
Levar as crianças a um passeio pelo campo, praia ou qualquer outro lugar bonito, grátis e natural pode ajudá-las a construir uma experiência de apreciação sem perturbar o senso de contentamento.
Para aliviar o estresse do dia-a-dia privilegiando o contentamento, praticar alguma atividade como caminhar ou andar de bicicleta pode ajudar."

Parece óbvio mas a correria parece nos indicar outras opções mais "práticas", não é mesmo?

Tudo começou...

no dia 22 de janeiro de 2005...acho! Quando uma criança entrou de sola na minha vida. Filho não...sobrinho e afilhado - João Pedro. Ou talvez, bem antes, quando eu era farmacêutica e percebi que criança não é um adulto pequeno mas que os fabricantes de remédios nunca se tocaram disso.
Enfim, o mundo das crianças entrou na minha vida. E junto com ele um encantamento e uma angústia. A fragilidade da criança me comove profundamente e a sua natureza forte, ao mesmo tempo, me inspira. Brotou em mim uma aspiração genuína de entender como nós cuidadores, apaixonados, profissionais ou não, poderíamos proteger as crianças de dentro pra fora, a partir de seu próprio centro, no seu próprio espaço. De fora pra dentro não é suficiente. Podemos fazer muitas coisas para melhorar o mundo mas o isolamento não é uma opção possível, especialmente de em se tratando de uma criança.
Os mestres budistas e os iogues vêm há muitos séculos se dedicando a ensinar as práticas de meditação de tantas formas quantas forem necessárias para que todos se beneficiem delas. É desta fonte que bebo! A meditação pode também ajudar as crianças. Mas como elas não são adultos pequenos, não será da mesma forma.
Fico bem feliz em saber que existe ao menos uma escola, para quem tem a boa sorte de viver perto de Viamão (RS), cujo trabalho se baseia inteiramente em todo o conhecimento budista - a Escola Caminho do Meio. Veja no link Escola Caminho do Meio".
Para quem ainda está distante, busco encontrar as formas, compartilhar o que eu já sei, praticar o que já sei...
Encontrei ao longo deste tempo, muitos textos e livros, quase todos em inglês. Mas a boa notícia é que muita gente deitou as tranças sobre este assunto. Bom!!!!
Quase todos os materiais disponíveis estão sob o tema: "mindfulness", que é melhor traduzido por "atenção plena". E o mais legal é que muitas práticas se referem ao dia-a-dia e não a práticas formais. A tônica é desacelerar a mente, a nossa e a da criança. A nossa prática é certamente muito importante.
Um bom começo é reconhecer a quantos inúmeros estímulos e demandas nossas crianças estão expostas, muitos deles necessários ou inevitáveis. Como poderíamos criar momentos de calma e relaxamento para que elas também se conectem a essa experiência?

Sejam muito benvindos!